quinta-feira, 8 de março de 2012

Porque São Paulo precisa de um super-aeroporto

Em minha recente viagem tive 3 horas de escala em Chicago. Como ocorre toda vez que passo por lá (ou por Atlanta), me perguntei "por que São Paulo (ou, o Brasil) não tem um aeroporto assim? Não seria razoável construir um desse tamanho ou adicionar um super-terminal como fez a China?"

Bom, acho que o primeiro passo para tentar entender o porquê é saber, por exemplo, quão maior é o aeroporto de Chicago (ORD para os íntimos) em relação a Guarulhos (GRU). Os sites da Wikipedia (ORD e GRU) nos dão uma ajuda:
  • Em 2011 passaram por ORD cerca de 70 milhões de passageiros enquanto que em GRU o número é da ordem de 30 milhões. Isso faz de ORD o 4o. mais movimentado no mundo, enquanto que GRU não entra nem nos top 30.
  • ORD tem 7 pistas, 4 delas construídas com concreto (mais resistentes) enquanto que GRU tem apenas duas pistas de asfalto.
  • ORD tem, na prática, 5 terminais com 182 portões de embarque. GRU tem 2+1 terminais com 61 portões.
"Ok, então o aeroporto de Chicago é grande", você pode dizer. "Mas nós precisamos de um aeroporto assim? Há demanda para um aeroporto desse porte para justificar o investimento?" Os números falam por si:

Número de passageiros por ano (em milhões):
Ano Chicago O'Hare Guarulhos
2003 69.511.6
2004 75.512.9
2005 76.615.8
2006 76.315.7
2007 76.218.8
2008 70.820.4
2009 64.421.7
2010 67.026.7
201170 (est)30.0


Enquanto que o volume de passageiros permaneceu estável em ORD em torno de 70 milhões, em GRU o volume simplesmente triplicou em uma década! Não é à toa que a rodoviária de SP pareça menos cheia do que GRU em um dia movimentado.

Nesse ritmo de crescimento (ou até mesmo um ritmo menor), é bem razoável supor que, sim, precisamos urgentemente de um aeroporto que comporte com tranquilidade um volume de, pelo menos, 50 milhões de passageiros por ano. E isso sem falar em Copa ou Olimpíada.

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